29 de nov. de 2011

Diretor de Mad Max compra direitos de novo projeto do desenvolvedor de L.A. Noire


Em agosto deste ano, surgiram notícias de que a Team Bondi, estúdio australiano que desenvolveu L.A. Noire (foto) para a Rockstar, havia vendido suas propriedades intelectuais e estrutura para a Kennedy Miller Mitchell, uma produtora multimídia de Sydney. À época, empregados da Team Bondi reclamaram das abusivas condições de trabalho impostas pela Rockstar no desenvolvimento de L.A. Noire.

A Kennedy Miller Mitchell é uma produtora de filmes e multimídia fundada pelo diretor de Mad Max, George Miller, e pelo seu parceiro de produções, Doug Mitchell. Os mais recentes projetos da produtora são Happy Feet 2, atualmente em cartaz nos cinemas, e a pré-produção de Mad Max: Fury Road. O braço de desenvolvimento de games da produtora, a KMM Games, desenvolveu a adaptação de Happy Feet 2 para o universo dos jogos.

Agora, em entrevista ao Australian Financial Review, Miller e Mitchell revelaram que a KMM comprou os direitos do próximo jogo produzido pelo fundador da Team Bondi, Brendan McNamara: um projeto chamado Whore of the Orient.

No começo deste mês, McNamara disse ao Eurogamer que seu projeto é "uma das grandes histórias não contadas do século 20".

Na entrevista ao AFR, Miller e Mitchell disseram que os ex-empregados da Team Bondi assumiram cargos na KMM e começaram imediatamente a trabalhar no jogo Happy Feet 2, e que a companhia também contratou ex-empregados de outro finado estúdio australiano, o Krome. Mitchell usou este ponto para argumentar que a indústria local de desenvolvedores de games precisa de mais incentivos fiscais, dizendo que a produtora quer fazer, além de Whore of the Orient, um game baseado em Mad Max: Fury Road, ambos com produção local, caso o governo aumente a atual porcentagem de devolução de impostos, que é de 40%. A medida foi introduzida em 2007 para os games. Atualmente, o incentivo serve como apoio para grandes produções locais de filmes, como o próprio Happy Feet 2 e o novo projeto de Baz Luhrmann (Moulin Rouge), O Grande Gatsby.

"Com apoio do governo, podemos prosseguir com os dois jogos", disse Mitchell. "A Warner Bros está em espera, com vontade de fazer Fury Road, e o incentivo maior os traria para cá num instante. Não é imediatamente óbvio, mas o potencial do setor de videogames é massivo. De acordo com as estatísticas que me foram apresentadas, é um mercado de 60 bilhões de dólares, querendo crescer para 90 bilhões, e não é dominado por nenhum país específico".

"Há tecnologias que eles têm que desenvolver para jogos porque as coisas têm que acontecer com mais rapidez num jogo", disse Miller. "Elas vão acelerar a evolução da TV e do cinema digitais porque serão obrigados a fazer com que tudo pareça o mais realista possível e acontecendo em tempo real. E tudo isso pode fazer com que o tempo de produção de um filme de animação não seja mais de anos, mas bem menos", completou.

De acordo com o Startupsmart.com.au, o Ministro das Artes australiano, Simon Crean, tornará a extensão dos incentivos fiscais à indústria de games locais parte das análises do próximo orçamento federal.

Crean visitou os estúdios de Miller e Mitchell, que tentaram convencer o ministro de que a extensão dos incentivos valerá a pena.

"Até visitar os estúdios de George Miller, nunca tinha entendido a extensão das indústrias de filmes e games", disse Crean ao AFR. "Acho que é uma questão que deve ser debatida, e uma lógica extensão do que já provemos para eles, que já provam sua importância no mercado internacional".

No começo deste mês, a organização Screen Australia, ligada aos produtores locais, aumentou o lobby junto ao governo local para dar mais suporte às indústrias de entretenimento.

Fonte: Gamespot

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